Capa de O Caso Morel Rubem Fonseca editora Agir

Brasil: O Caso Morel

 

Resenha nº 1: Brasil

Para dar o pontapé inicial ao desafio, decidi ler e resenhar O Caso Morel, um dos livros mais prestigiados do brasileiro Rubem Fonseca. Escolhi este livro porque já li outras obras do autor – em especial Agosto, meu livro nacional preferido – e quis me aprofundar mais. Porém, contudo, entretanto, todavia, quando pensei em compartilhar a experiência de cada leitura, não pensei sobre a minha falta de prática em escrever sobre literatura.

Falar sobre O Caso Morel é muito difícil, porque eu sei que a obra é muito boa, eu consigo sentir isso durante a leitura, mas exprimir em palavras e encontrar os porquês é muito difícil. Até definir o gênero é complicado.

Achei a escrita e a construção da história incrível. Paul Morel é um artista e começa já na prisão, porém, não se sabe por qual crime. E também não é um preso qualquer, dada a existência de livros e outros mimos em sua cela.

Daí, tem-se a impressão de se tratar de um livro policial, porém, nesses casos busca-se desvendar o culpado de algum crime e não é esse o foco da história. Ela se desenrola através do livro escrito por Morel durante seu cárcere, que parece ser autobiográfico.

Durante a leitura desse livro dentro do livro, o detetive Vilela se identifica com o preso, e disso decorrem muitas reflexões sobre a arte e a vida em geral nos diálogos de ambos. Aliás, os diálogos são traço importante da narrativa de Fonseca.

É difícil continuar daqui sem spoilers, mas prepare-se para uma boa dose de erotismo. Existem muitas cenas desse tipo no livro de Morel e são uma parte importante para entender o que aconteceu. É uma parte realmente chocante da história, caso o leitor tenha alguma sensibilidade ou pudor com este tipo de leitura.

Do meu ponto de vista, o autor (Fonseca) busca a naturalização da sexualidade, embora seja um pouco pesado, por isso acredito que a intenção tenha sido de escandalizar, deliberadamente.

Pessoalmente, gostei da história. É algo a que não estou muito habituada, uma maneira mais bruta de ver a realidade. Além disso, este é um livro da década de 70 que aborda discussões modernas, como a poligamia, e  critica o sistema prisional, neste trecho:

Você prende os criminosos que pode e finge acreditar que na prisão eles serão reabilitados e a sociedade, defendida. Mas você sabe que na verdade os criminosos são degradados e corrompidos na prisão e a sociedade não precisa ser defendida, mas sim destruída.

Enfim, certamente é uma leitura que eu recomendo com algumas ressalvas, pois muitas pessoas não são maduras o suficiente para este tipo de leitura.

Gosta de livros nacionais? Eu indico também Boca do Inferno, escrito pela Ana Miranda!


Ficha Técnica:

Autor: Rubem Fonseca

Editora: Agir

Edição: 1

Ano: 2010

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