Resenha nº 39: Anne de Green Gables –Lucy Maud Montgomery
A resenha de hoje é sobre o livro “Anne de Green Gables”, escrito pela canadense Lucy M. Montgomery e publicado em 1908. Esse livro foi inspiração para a série “Anne with an E”, disponível na Netflix.
Anne personifica o estado de ego da criança livre da análise transacional, que a minha psicóloga trabalha comigo. Por acaso, esse era o ponto que eu mais precisava trabalhar, então fiquei fascinada lendo o livro e pensando em quais partes eu poderia aproveitar.
Apesar de ser uma criança alegre e tagarela, a vida de Anne nunca foi fácil, ela ficou órfã ainda bebê e foi acolhida por famílias diferentes até ser enviada para um orfanato. Ela sempre viveu na pobreza e ficou muito feliz quando foi levada para Avonlea para ser adotada.
Anne se apaixonou por Avonlea desde o primeiro momento, por isso ficou arrasada quando descobriu que na verdade os irmãos Matthew e Marilla Cuthbert desejavam adotar um menino, não ela.
Acho que o senhor nunca foi órfão num orfanato; então, não pode entender como é isso. É pior do que qualquer coisa que puder imaginar. A senhora Spencer falou que eu estava sendo má quando eu disse isso para ela, mas eu não queria ser má. É tão fácil ser má sem saber, não é?
– Anne Shirley
Porém, no caminho que percorreu com a menina, Matthew se apegou à ela e ao seu jeito alegre. Matthew já tinha certa idade e era um homem muito tímido, por isso Marilla ficou espantada quando ele expressou o desejo de adotar Anne. Entretanto, o coração de Marilla já estava balançado pela menina, que foi aceita em seu novo lar.
Ora, ora, não podemos passar por esse mundo sem ter nossa cota de problemas, isso é fato. Até agora, tive uma vida razoavelmente tranquila, mas esse tempo acabou, e suponho que vou ter de me esforçar ao máximo daqui para a frente.
– Marilla Cuthbert
Anne faz questão de viver cada segundo intensamente e é muito fiel às suas convicções e desejo de aperfeiçoamento.
Não é maravilhoso pensar em todas as coisas que ainda temos de aprender? Isso só me faz sentir feliz por estar viva… o mundo é tão interessante…
– Anne Shirley
É impossível não parar e refletir sobre a vida que estamos levando: Você ama cada segundo que se sente vivo? Você se SENTE vivo?
É muito bom ler sobre tristezas e se imaginar superando todas elas heroicamente, mas não é nada bom quando elas são reais, não é mesmo?
– Anne Shirley
Anne também é criativa e inocente, mas não teve acesso a uma boa educação, apesar do ótimo coração. Marilla teve muito trabalho para suprir essas “falhas”, mas Anne sempre se destacou pelo seu empenho e autenticidade.
Vou lhe contar o que eu faria, se realmente quisesse orar. Eu iria sozinha para onde tivesse um campo bem grande, ou um bosque bem denso, e olharia para o céu lá no alto… muito, muito, muito alto… olharia para o céu maravilhosamente azul, um azul que parece que não tem fim. E, então, eu só sentiria a prece…
Anne de Green Gables é o primeiro de muitos livros escritos por L. M. Montgomery, tendo Anne e Avonlea como assuntos principais. Nesse primeiro, acompanhamos a adolescência de Anne até que ela se torne uma jovem mulher.
Pois eu acharia melhor parecer ridícula, junto com todas as outras meninas, do que ser simples e prática sozinha.
Na minha opinião, a personagem foi criada como uma tentativa da autora de encontrar a felicidade nas suas próprias circunstâncias. No fim, se tornou uma obra que desperta o mesmo desejo em todos os seus leitores, estou muito agradecida por ter lido esse livro.
Querido e amado mundo – sussurrou -, você é muito adorável e estou feliz por viver em você.
Se gostou dessa resenha, recomendo também ler Desculpa se te chamo de amor, do italiano Federico Moccia, que também fala sobre felicidade e uma das personagens lembra muito a Anne.
Ficha Técnica:
Autor: Lucy Maud Montgomery
Editora: Autêntica
Ano: 2019 (versão ebook)
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