Capa do livro El Moto de Joaquín García Monge

Costa Rica: El Moto

Resenha nº 18: El Moto – Joaquín García Monge

Olá pessoal! Preparados para a nova resenha? Dessa vez viajamos para a Costa Rica de 1900, ano de lançamento de El Moto, obra pioneira de Joaquín García Monge. Esta é considerada a primeira novela do país, pertencente ao gênero Costumbrista. O nome é originário da palavra espanhola costumbre, em português, costume. A obra está dentro do realismo social, onde a construção do cotidiano dos camponeses é feita criticamente, longe da visão romantizada popular da época.

Agora, você espera que esta obra seja filosófica? Que tenha uma escrita estilosa? Expresse o ressentimento das classes mais pobres? Uma história estruturada que te parte o coração? Bom, vai ficar tão decepcionado quanto eu. A história é bem curta, por um momento achei que fosse um conto – li em apenas 3 horas. Antes de conhecer sua importância histórica, eu estava realmente chateada pela história ser tão vazia, sem surpresas, sem estrutura e com narrativa pouco desenvolvida. Em resumo, esta é uma história SIMPLES. Este é o melhor adjetivo.

Porém, se você espera uma história ambientada na antiga Costa Rica, onde é possível aprender sobre a sociedade da época, sua língua, costumes, religiosidade e cultura, este é o livro certo para você!

Bom, agora eu vou contar o enredo (spoiler alert!), mas se eu fosse você não me importaria, a história não tem tantos méritos assim. Acredito que levando em conta o que eu já comentei, a leitura deste livro seria apenas para os que querem conhecer aspectos sociais e culturais, o enredo é algo totalmente secundário.

Pois bem, “El Moto” é o apelido de José Blas, um regionalismo que pode ser traduzido como “O Órfão”. José é um jovem carismático e poético, cria quartetos e é muito bom no fandango. Ele é apaixonado pela filha de um homem eminente da região, Dom Soledad Guillén. A moça é carinhosamente chamada de Cundila, apelido de Secundila, possui caráter intenso, mas é submissa às determinações de seu pai. Apesar de corresponder ao amor de José, não contraria dom Soledad quando este lhe comunica o pedido de casamento do padrinho do rapaz, homem mais velho, porém muito rico, Dom Sebastián Solano.

Quando soube do pedido, José fica atormentado e decide pedir conselho ao padre, antigo conhecido e professor. Este lhe aconselha esperar três dias, pois até lá Deus resolverá o caso de acordo com seus desígnios. Na verdade, a solução veio mais rápido que o esperado: o rapaz sofreu um gravíssimo acidente em seu retorno à fazenda do padrinho. Durante muitos dias, José permaneceu inconsciente.

Cundila fica aflita e visita seu namorado às escondidas. Seu coração se parte ao vê-lo assim, sendo tomado pela compaixão, dissipando completamente o amor. Com esse estado de espírito, o casamento de Cundila e Sebastián se realiza. Quando José se recupera o suficiente para perguntar pela moça, recebe a terrível notícia e decide partir em direção ao rio.

O final fica em aberto, pois El Moto pode ter se decidido por um final trágico ou simplesmente ter se mudado para a vila onde seus pais nasceram. Dessa forma, o romance frustrado nos traz um pequeno recorte da vida no campo e suas relações sociais. A temática é bastante similar à de Huasipungo e Dona Bárbara, embora a narrativa seja muito mais rasa em comparação. Mas e você, o que achou do livro? Compartilhe a sua opinião nos comentários!


Ficha Técnica:

Autor: Joaquín García Monge

Editora: Editorial Costa Rica

Edição: 1

Ano: 2012

Formato: Ebook

Idioma: Espanhol

Infelizmente, este livro não foi lançado no Brasil.

2 comentários

Deixar mensagem para Bartleby, o escriturário – Desafio Livros pelo Mundo Cancelar resposta